História

Ainda não era UÉ – era IUÉ, Instituto Universitário de Évora – e já uma das suas divisões era a Divisão de Engenharia, que nos primeiros anos se chamou Divisão de Melhoramentos Rurais, sendo liderada, em simultâneo com o Departamento de Ciências Exatas (secções de Matemática, Física e Química), pelo Prof. António Gonçalves dos Santos Júnior, que também foi o Presidente do Conselho Científico da Universidade e mais tarde seria o vice-reitor e depois 1º reitor eleito. Quando o IUÉ passou a UÉ, a Divisão de Engenharia estava aberta a uma competência ampla na formação de engenheiros, embora na prática vocacionada principalmente para a Engenharia Agronómica, ou já mesmo a parte específica desta que tradicionalmente se designou Melhoramentos Rurais e depois Engenharia Rural. No corpo docente, desde 1974/77, os assistentes Francisco Mercês de Mello (Hidráulica Geral e Hidrologia), Alfredo Gonçalves Ferreira (Topografia) e José Lino Lúcio (Computação e Desenho Técnico), aos quais em 1980 se juntou Ricardo Serralheiro (Hidráulica Agrícola). Estes assistentes partilharam também a docência de disciplinas como Mecânica Racional, Construções Rurais e Resistência de Materiais, para as quais mais tarde (a partir de 1979) se recorreu à colaboração de docentes de outros departamentos, universidades e instituições.

As disciplinas eram lecionadas sobretudo aos cursos de Licenciatura em Engenharia Agrícola, Engenharia Zootécnica, Arquitetura Paisagista e Engenharia Biofísica, cursos “históricos” na Universidade de Évora, que tinham ampla docência ou mesmo coordenação de departamentos específicos da especialidade ou próximos (Fitotecnia, Zootecnia e Planeamento Biofísico e Paisagístico, respetivamente). Em finais dos anos 80 foi criado o curso de Engenharia dos Recursos Hídricos, cujas responsabilidades docentes eram partilhadas pelas Divisões de Engenharia e de Geociências. Nesta última também se lançou então o curso de Engenharia Geológica e outros departamentos da UÉ viriam a lecionar cursos de Engenharia, em especialidades próximas dos seus domínios científicos. No DER, lançou-se ainda o curso de Engenharia Civil, mas a nível da UÉ estava definitiva e completamente fora de consideração uma unidade orgânica vocacionada para a formação ampla em Engenharia. Quando a Universidade de Évora se reorganizou em áreas departamentais, a Divisão de Engenharia assumiu-se naturalmente como Departamento de Engenharia Rural, DER, integrado na Área Departamental de Ciências Agrárias, a que mais amplamente acolhia a natureza das disciplinas e a formação científica e interesses da maioria dos docentes e investigadores que então já integravam este Departamento. Mais recentemente, em nova reorganização da Universidade, o DER passou, com a mesma naturalidade, a integrar a Escola de Ciências e Tecnologia. Ainda mais recentemente, é reconhecido pela sigla DER.

O que nunca esteve em causa neste departamento foi o total empenho dos seus membros num ensino sempre inovador e da mais elevada qualidade científica e exigência docente, que passou por um dos primeiros cursos de Mestrado e de preparação para Doutoramento na UÉ. Este ensino de qualidade superior foi sempre apoiado na investigação científica, feita em projetos de equipas objectivadas na procura de soluções inovadoras e tecnologicamente fundadas para problemas sentidos pela produção agrícola regional e nacional. A maior parte desta investigação apoiou-se em trabalho experimental de laboratório e de campo, que não teria sido possível, não fora o suporte firme e pronto do Laboratório de Engenharia Rural, criado ainda nos fins de 70, dinamizado principalmente pelo assistente Lino Lúcio, com o apoio precioso dos técnicos Dimas dos Reis e Manuel Junça. É uma infra-estrutura de apoio experimental e de ligação ensino – investigação, ainda hoje preciosa na vida do DER.

O DER conta com um corpo docente altamente qualificado, que após a restruturação dos cursos de acordo com o protocolo de Bolonha, é responsável pelos cursos de 2º ciclo, Mestrado em Engenharia Agronómica e Mestrado em Tecnologias em Agricultura de Precisão (em associação com FCT-UNL). Para além destas formações assegura e participa na lecionação de unidades curriculares das suas áreas de especialidade em diversas licenciaturas, pós-graduações, mestrados e doutoramentos da Universidade de Évora e em associação com outras Universidades e Politécnicos. A dinâmica do DER estende-se para além do ensino, com um papel nuclear ao nível da investigação, da demonstração e da transferência de conhecimento. Para além da participação em projetos, de âmbito nacional e internacional, em parceria com empresas da região, assume-se como alavanca do conhecimento e do desenvolvimento tecnológico em áreas cruciais como a Eficiência Energética, a Gestão da Água ou a Agricultura de Precisão.